domingo, 12 de junho de 2011

O Coronel e o seu bando...


Era uma vez seu Virgulino, idolatrado e adorado por todos a sua volta, pela sua simpatia e sagacidade, muitos o chamavam de Santo. Mas seu Virgulino tinha inimigos, afinal, por onde ele passava, deixava vítimas e traumas que muitos nunca mais esqueciam.

O Bando do coronel era fiel a ele. O que ele pedia seu bando cumpria. Tinham o sangue frio e eram precisos no que faziam. Eram como um relógio suíço, cada peça girava com perfeição, nenhuma peça tinha "aparente" defeito, não tinha como atrasar.

Com isso seu Virgulino, que por natureza era uma pessoa com auto estima elevada, achou que era mais do que um simples mortal, achou que era um enviado de Deus, achou que tinha poderes que faziam seu bando lhe tratar como uma verdadeira entidade sobrenatural. Isso tudo, fez com que o Coronel começasse a relaxar não se apegar aos detalhes que por hora não parecia significar muito. No bando tinham os mais atrevidos, os submissos e o introvertidos.

Os introvertidos eram os que mais intrigavam o Coronel. Tidos como habilidosos nas tarefas em que eram encarregados, quando seu Virgulino não tinha em seu comando seus preferidos, os introvertidos davam conta do recado e até, muitas vezes, se saíam melhores que os usuais homens de confiança do "Padrinho".
Mas porque seu Virgulino não os tinha como seus preferidos, pois por muitas vezes eram melhores que os outros do bando. Um dia, um dos mais atrevidos Zé Vitão, ficou intrigado e perguntou:

- Padrinho, o senhor não gosta dos introvertidos?
- Zé Vitão, você me questionando?
- Não, coronel, eu tive curiosidade, afinal o bando também se pergunta isso.
- Então eu vou lhe dizer, esses aí são bons, são mesmo bons, mas chegaram trazidos por outros do bando e não pela minha vontade. Tenho que desconfiar, vai que um desses possa ser um inimigo na trincheira!

Zé Vitão se conformou, fez um gesto com a cabeça de entendido e se juntou com o bando.
E Virgulino seguiu sua trilha e cada ataque que fazia, ia deixando pequenas falhas acontecerem e uns do bando já percebiam que o Homem que eles seguiam já não eram mais aquela entidade que eles viam.

 Ao nascer do sol, antes que o Coronel percebesse que um do Bando, cansado de ser deixado de lado, que só pediam pra fazer o serviço quando um preferido não podia, ou não queria. levantou sorrateiramente e sumiu sem que ninguém percebesse.

Lá perto das 16hrs da tarde, quando o bando do Virgulino, trajando roupas tricolores, sagradas para muitos, iam dar mais um ataque, foram surpreendidos, aquele que havia sumido e ninguém notado, sabendo de todos os pontos fortes do bando do Coronel, juntou-se a outro bando e contra-atacou de maneira letal e naquela tarde de Domingo o Bando do Seu Virgulino, Coronel destemido tido como invencível, foi vencido e destruído, justo por um dos seus, não os preferidos, não o submissos, mas sim por um introvertido.


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