quarta-feira, 6 de julho de 2011

EJACULAÇÃO PRECOCE


Um senhor, camisa 10 (a vírgula é opcional, neste caso), me ensinou há um tempo atrás, da pior maneira, uma lição deveras valiosa. Uma equação simples, antiga, vitimada pelo lugar comum do chavonismo: o jogo só termina quando acaba!
Recordarei para sempre a partida em que aprendi isso. Como sempre, as impressões eu descrevo e os detalhes técnicos a Futpédia me socorre. Foi em um Grêmio X Fluminense, e o Senhor Camisa 10, naturalmente tratava-se de Petkovic. Casualmente deu-se também em julho, dez dias à frente de hoje.
O Grêmio, que naquele ano (2006) usava aquela horrível camisa padrão Puma com uma manga em cada cor, saiu vencendo com um gol de cabeça de Ramon (é, aquele mesmo). Mais adiante, Pet errou passe no meio campo e nos deu de bandeija um contra ataque (lembra alguém?) finalizado com gol de Rômulo (Batoré). O primeiro tempo terminaria com um gol achado pelo Flu.
No segundo tempo, fez-se a máxima de clássico é clássico, e vice versa. Tcheco deu uma de Tcheco e foi expulso por reclamação, e Pet deu uma de Pet e empatou com um gol olímpico.
Pelas ironias do futebol, Claudio Pitbull cruzou para o terceiro gol... do Flu (te localiza). E, próximo ao fim da partida, Pet enfia um canudo da frende da área que, mesmo que já tivéssemos Victor, teria entrado. Neste momento, extamente neste momento, eu decidi sair do estádio. E foi aí que aprendi a lição à qual me refiro.
À esta altura o Flu também já tinha um jogador expulso, e a esquadra gremista já contava com Herrera. POis foi ele, que, aos 47 (eu disse 47) do segundo tempo acertou um chute da entrada da área, marcando o terceiro do Grêmio. Hoje eu sei que foi aos 47, mas na hora eu só sabia que já havia passado a catraca da saída do portão 1. O quarto gol foi me pegar já na rua, apressado para chegar ao carro, arrependido pela ejaculação precoce ao sair antes do trilar do apitador, ouvindo apenas o êxtase da massa com o empate desacreditado.
Após aquela partida, NUNCA mais sofri deste mal. Recentemente, sem precisar me esforçar muito, lembro que esta lição me foi útil em Grêmio X Caxias e também neste último jogo, coincidentemente mudados no pentelhésimo final por Rafael Marques, o zagueiro que joga melhor como atacante.
Este mal da ejaculação precoce do torcedor não atinge somente os frequentadores do estádio. Atinge também os frequentadores das redes sociais da vida. Twitter, Blogs, Facebooks, et caterva, muito bem visualizado agora com a contratação do novo técnico.
O Presidente Paulo Odone nunca deixou de mostrar que pensa futebol diferentemente de nosso ex técnico e eterno ídolo Renato Portaluzes. Sendo assim, seu erro foi contratá-lo, e não demiti-lo. Como futebol é resultado, ambos suportaram-se. Como futebol é resultado, ambos separaram-se. Pelo histórico do Presidente, e do próprio Grêmio, nada mais natural do que a busca de um treinador da casa, da República do Pampa, ideia inclusive já ventilada aqui no blog. Aí pode-se dizer que Paulo Odone age de acordo suas ideias. Nem que seja para poder dizer, aos que hoje o querem destituído, que ele estava certo. Vou repetir, como futebol é resultado, é bem possível que ele o consiga, afinal, o time não é ruim e agora está completo. Se você se enquadra nestes que o querem servindo de alicerce para as estaca da Arena, esteja preparado.
De qualquer maneira, a história mostra que a ideia tem fundamento. O Renato como técnico ano passado me parecia mais aposta do que a contratação do Julinho Camargo hoje. Pode ser que não funcione? Pode...mas eu não acredito.

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