SOBRE PRAIAS E CASTELOS

Castelo de areia são bonitos. São nostálgicos, nos remetem à infância (não necessariamente) descompromissada; horas e horas salgando a bunda na areia da praia para edificar uma construção imponente e bela por seu formato. Daí o nome castelo.
E aí a maré muda...cresce... derrama seus braços por sobre a orla, lambendo os pés dos banhistas. E lá se vai seu castelo que, afinal, era de areia.
O homem-mullet que treina o colorado resolveu imitar o mais novo sogro da Geral no Grenada da final do 2º turno e mandou a campo uma escalação fadada ao fracasso. A Srta. Lógica, que costuma ter lapsos de ausência dos gramados de futebol,ao menos até os 30 minutos do primeiro tempo esteve presente. Ou seja, o Grêmio passeou em campo, trocou passes para o lado, para a frente, para trás, na diagonal e até em 3 dimensões, tendo o inter mais como um expectador privilegiado do que como adversário. Num desses passes agudos à frente, na verdade um belo lançamento, o Grêmio abriu o placar. O desprovido de gordura corporal Lúcio aproveitou-se de mais uma falha na linha dos pede aumento colorada e nos indicou a tarde gloriosa que viria, e que terminaria com uma goleada, um título, faxa no peito e taça no armário. A torcida encheu o baldinho de água e fez do castelinho de areia, um condomínio à beira mar.
E aí a maré subiu!
Na confirmação da tese de quem mexe bem é porque escala mau, o Bozo colorado mandou à campo o famoso e até então contestado Zé Boteco. O pastor alemão do soldado Negretti confirma que teria ouvido o seguinte diálogo entre o treinador e o atleta:
T:__Vai lá e resolve que eu te pago um vinho!!
A:__Canção Suave!!!
E, tal qual a criança que acredita ter um castelo mais forte que o mar, nada fizemos. E veio a maré alta... e na volta levou nosso castelo. O resto são detalhes do tsunami filmado em 55 câmeras HD.
O primeiro gol colorado começa em uma jogada de ataque gremista, destruída por um carrinho frontal, com as duas pernas e umas 32 travas de alumínio à mostra. Para QUALQUER ÁRBITRO, em QUALQUER LUGAR do mundo, isso é falta. Exceto para nosso melhor árbitro de UFC, Leandro Vuaden.
Claro, isso nos leva à reflexão pelo outro ponto de vista. Se o árbitro permite, baixemos a lenha. Nossos atacantes passaram a tarde tomando porrada da quadrilha Bolívar-Índio-Juan-Guinazu e nada lhes aconteceu. De nossa parte, temos apenas o capitão ensinando que a sola e o cotovelo também fazem parte do corpo e do jogo.
O segundo gol colorado é marcado por um jogador já praticamente aleijado, um saci pulando no gramado, que, ainda assim, mantém-se mais acordado que o nosso jogador à frente da área para aproveitar um rebote. Seria uma falha individual, não tivesse tornando-se hábito.
Eu fui mais um dos indignados com o apitador da partida ao ver a lateral sendo cobrada com o jogador recobrando-se da dor que sentia, caído em campo. No entanto, ao que parece esclareceu-se depois, o próprio jogador gremista permitiu que a jogada seguisse. Aí eu já nem sei mais com qual incompetente eu brigo. Meu time de várzea de sábado à tarde não toma gol de lateral!!!
O jogador caído que permitiu a sequencia do lance, do qual gosto muito, era o zagueiro pela direita, zona onde ocorreu o furdunço, causando o pênalti e, consequentemente o terceiro gol morango. Agora, um minuto para meus neurônios esquentarem...este jogador não tem noção que, em ele saindo de sua posição, ali ficará um buraco?!?!! E, não saberia ele que futebol é feito de criar e ocupar espaços?!?!??! E o jogador responsável por sua cobertura, não sabe que em aquele companheiro estando caído, aquela posição deve ser ocupada por defensor?!?!?!?!
Bueno, com este cenário, é bom saber que SANTO de casa não faz milagres, mas tem culhões. E o nosso mostrou isso ao empurrar atacantes ao campo tendo tomado o terceiro gol. Felizmente Humberlito estava ligado uma vez no semestre para aproveitar a já tradicional falha do mão de alface.
Para terminar, afirmo que gosto do alemão roqueiro Adilson. Mas tenho de admitir quando o vi sendo escalado para a cobrança, vi a tal da Srta. Lógica abrindo suas asas por sobre a goleira do Olímpico.