sexta-feira, 13 de maio de 2011

Uma Estreia para uma Estreia

Muito se diz sobre primeiras vezes. Seriam inesquecíveis, difíceis, doídas, prazerosas, imprevisíveis, et caterva. Da minha no Olímpico pode-se dizer tudo isso, menos prazerosa.
De acordo com a Futpédia, deu-se em 24/08/1997. (Por que não me estranha o fato de ter sido em agosto?!?!) Portanto, tinha eu 17 anos, menos barba no rosto e muito mais cabelo na cabeça.
Você pode estar pensando que 17 anos é uma idade um tanto quanto tardia para um gremista ter sua iniciação na casa de seu time. Concordo, mas aqui cabe um adendo.
Nasci em Caxias, cidade que, até a chegada da Parmalat, só via seus dois clubes disputando Gauchão, e, ainda assim, dificilmente na final. Ainda em Cacias, certa vez convenci meu pai a me levar à uma final do Ruralito (eu acho que era uma final) no Centenário, estádio do S.E.R. Caxias, para assistir ao Grêmio pela primeira vez. Lembro de Mazzaropi sob os paus e Paulo Egídio na ponta esquerda, do tempo em que ainda existiam ponteiros. Uso o termo convenci, pois meu pai é grande responsável pela minha tardia visita a um estádio. Há que se dizer aos mais jovens, que hoje veem as belas meninas gaúchas desfilando os rostos pintados no estádio e gritando histéricas ante a presença de um atacante adversário em nossa área, que isso é um fenômeno recente, iniciado ao final do século passado. Naquela era obscura que compreende o início da minha consciência até o final dos anos 90, calcinhas eram raras nas arquibancadas, e o excesso de testosterona em um ambiente fechado gerava... bem, gerava o que isso costuma gerar, atrito. Assim, vez em quando voava um copo de cerveja (ou coisa bem pior dentro do copo), uma pilha, um rádio... No caso do meu pai, foi uma laranjinha, que encontrou casa diretamente em seu globo ocular... e lá foi ele conhecer um hospital de POA (isso se deu no Olímpico, na era pré segundo anel ainda)... E isso explica porque eu só fui conhecer o Olímpico aos 17 anos, por iniciativa de amigos.
E, bem, voltando ao fatídico dia 24/08/1997. Recordo que chegamos com bola rolando, comprando ingressos de cambistas, supervalorizados pelo menos umas 4 vezes. Em algum canto da minha maltratada memória, a imagem me diz que entramos pelo P5, assistindo ao jogo das sociais, em pé na mureta. Lembro das primeiras impressões; de ter achado o estádio menor do que o esperado, inversamente proporcional à verificada paixão de sua torcida. Dali, da mureta, vi a confusão que gerou as primeiras expulsões...e depois vi o Luciano, zagueiro gremista, passar a tarde procurando, sem sucesso, Fabiano Cachaça, o atacante colorado que parece ter surgido para jogar apenas este jogo. O Inter empilharia gols no Grêmio, chegando a abrir 4 X 0, e terminando num fatídico 5 X 2. O Grêmio já era um resquício da máquina de títulos que hvaia sido nos últimos anos, e o Inter seguia seu sonho de igualar o rival, além de usar o uniforme mais feio de sua história. Este jogo ficou marcado na história, infelizmente, tanto dos grenais, quanto minha. Se o lema de Monthy Python vale (always look at the bright side of the life), apesar da terrível estreia, hoje sou sócio e um frequentador assíduo do Olímpico Monumental.

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